No alto socalcos, o penedio,
Avisto a terra, na fraga onde nasceu,
Catita aldeia, onde reina o frio,
A mocidade foi lá que a viveu.
Avisto ovelhas, ouço o seu balir,
De leve se afagam nos carvalhos,
Nos pendores da serra estou a ouvir,
Melancólico tanger de seus chocalhos.
O sorriso no rosto do pastor,
Que nutre pelas ovelhas maior amor,
Continuamente vive a sonhar.
A maior liberdade são seus anseios,
Beber da natureza sem receios,
Perder-se… p´ra se voltar a encontrar.
Morre a gente lusa, ficam os tais,
Neste abandono encanto de outrora,
Erram os políticos e outros mais,
Querem expulsar-nos daqui para fora.
A velha Troika mas que apagão,
Vai-nos ditando tamanha desdita,
A lapiseira trémula em minha mão,
Vai rabiscando o que a mente dita.
Bendita sejas nação que foi nossa,
Se um dia já tarde voltares a ser,
Lembra-te do erro que deixou mossa,
Para não o voltares a cometer.
Vendidos, comprados aos vendilhões,
Haja fé na imaculada Musa,
Salve, pátria ditosa de Camões,
Morram os chacais, viva a gente Lusa!
Querem que sejas o País do Sol Nascente,
Votaste a liberdade, mantém-se a dor
Sejam solidários, mundo indiferente,
Porque chora uma criança em Timor!
Não há paz, nem liberdade infelizmente,
Os povos da terra esquecem teu clamor,
Hipócritas; sabem que o opressor mente,
Diz que a criança já não chora em Timor.
Semearam ódio, violência e terror,
Ai, mundo triste, indiferente, e sem amor,
Ninguém se compadece, onde está o coração,
Contudo, vamos dar-vos a razão,
Essa criança foi coberto com um véu,
Já não chora em Timor, chora no Céu.
Esta vida que me entristece,
Maior é o mal que nos assola,
Alguém na vizinhança padece,
Sim, não há ninguém que nos consola!
Perguntam se já anda melhor,
Mas quando a resposta é positiva,
Franzem o sobrolho, ficam pior,
Queriam resposta negativa!
Esta sensação um dia eu tive,
Fazemos parte da mesma teia,
Basta já o mal de quem sobrevive!
Amarrados na mesma cadeia,
Com o mal dos outros ninguém vive,
Por amor de Deus, que ideia!
Estes artistas que ninguém conhece,
Ninguém sabe quem são é natural,
Destroem um povo que esmorece,
Vendem um povo que já padece,
Na arte do roubo isso é normal!
Foram criados sem brincadeiras,
Viveram sozinhos na adolescência,
De bolsos vazios sem algibeiras,
Agora progridem em suas carreiras,
É vê-los inchados, que eloquência.
Bancos, Empresas, tudo na mão,
E restos de abutre que ninguém quer,
Levam do cavaco a condecoração,
Licenciados agora todos são,
Na arte da fraude é o que vier.
Honestos heróis deste país,
Bocage, Camões e os rendeiros,
Continua haver homens de cariz,
Esta homenagem faço ao Luís,
Enalteço apenas os dois primeiros.
Proibido apoderar-se d’um pão,
Repelente ato, total gravidade,
Quando roubares, rouba um milhão,
Isso será sempre uma boa ação,
Impune ficarás, em liberdade!
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