Teus queixumes teus lamentos
No mais profundo do meu ser guardados
São chacota de sentimentos
Crianças sem nada e tão felizes
Lágrimas derramadas
Páginas de dor sofrimento
Afinal de que te queixas
Afinal o que te falta
Crianças descalças disputam um naco de pão
Existências de algibeiras vazias
Tão cheias de vida confiantes
Num futuro próximo que se avizinha melhor
Perturba-te a abundância
O exagero do que tens e não consomes
Tudo se perderá e tu também
Nada do que possuis é teu
Tudo se desprenderá nesta efémera passagem pela vida
Moribunda de afetos
Tudo findará num dia cinzento
Mas porquê porquê agora
Esse raio de sol que não compareceu
Motivou talvez essa entrada de rompante
No vazio
Lançada para o meio do nada
Coração arrebatado dessa janela tão alta
Teus queixumes teus lamentos
Quem te convenceu que ganharias asas
Se tu nunca soubeste voar
Coragem mundo novo
Outro Abril há-de nascer
Gravado na alma do povo
Em mais um amanhecer
E quando o abutre perecer
Devorador sem piedade
Há-de outro cravo florescer
Das cinzas... a liberdade
Florirá uma nova Atenas
Não será na Grécia apenas
Mas na Europa e no Mundo
Se me quiserem calar
A Alma terão que arrancar
Deste pobre vagabundo
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